Sunday, August 19, 2012

Os escolhidos

E nós, pequenos pontos de luz arificial, adornando a vastidão do universo natural.
Nós, que juntos praticamos muito pouco além do mal,
que ignoramos, por exemplo, o amor, somos nós que preenchemos o vazio tão pequeno que é o outros.
Somos nós que não percebemos a grandeza das coisas próximas, que não observamos, porque não conhecemos sobre ângulos, o tapete denso de nuvens que se forma baixo sobre nossas cabeças e nos impede, humanos, de um contato com o céu.
Nós que fomos condenados a pisar no chão,
e arrastamos com os pés nossas cabeças que também não saem do chão.
Nós, de sentidos infinitos que não usamos.
Nós tão poucos.
Nós tão nada.
Nós que esperamos a chegada de uma força superior que nos salve,
confirmando assim que nós mesmos não somos capazes de nos salvar.
Nós que choramos-rimos-choramos.
Nós que mais uma vez nada.
Fomos nós que herdamos o presente de viver aqui.
Nós que nem prestamos atenção.
Nós que somos baixos, que enxergamos apenas 90 graus a nossa imediata frene.
Nós que nem vemos nada.
Foi a nós.