Monday, August 28, 2006

Carta-bomba, na pior definição.






"Sedule curavi humanas actiones non ridere,
non lugere, neque detestare, sed intellegere."
Spinoza






Ora, sejamos sensatos, no mínimo, alguém assim como eu estou não deveria escrever, isso pode virar uma carta-bomba, por isso recomendo: Parem por aqui.
Eu não sei se devo, pode ser que você não termine bem, podem voar pedaços, acertar sua cara, cara de insistente, que mesmo sob o meu alerta continuou lendo.
Saibam que nesse momento tenho nas mãos tudo o que preciso: Lápis, caneta. Poderia, portanto, te reduzir a pó (ou seria... te elevar a pó?), te colocar em seu lugar, mas não. Escolho o pior: Deixar com que você mesmo se coloque. Pessoas assim deveriam ser proibidas de escrever. Não sei se tenho motivos pra provocar em você grandes questionamentos existenciais. Você não precisa disso. Você é feliz assim, bem do jeito que está, esse mundo-fantástico-e-inatingível-a-parte. Até porque, nessa altura da vida, já deve ter esquecido o cheiro das coisas boas, a cor das roupas antigas, o gosto da sede (sim, a sede tem gosto!), você esqueceu, na sombra da impotência, a temperatura e pressão que existem nos dias melhores do que nesse. Esqueceu como guardar as coisas só pra você, e então, não as guarda pra ninguém.
Eu só queia viver pra sentir o que eu senti hoje, então concluo: Ufa, consegui! Sobre o que eu senti prefiro não comentar, seria muita maldade descrever, tirando de você uma oportunidade tão rara: A de descobrir sozinho. (Quem sabe ainda consiga. Há o que se esperar. Não pense que acabou, nunca pense nisso!). Inundou-se então essa página inteira, inundou a vida, inundou o "tudo" e um "tudo" muito maior que o universo.
Melhor Melhor Acho melhor eu parar de escrever hoje. (Eu falei pra vocÊ não ler até chegar aqui, eu só escrevo parágrafos. Parágrafos enormes, que muitas vezes não se fecham, não se pode fechá-los). Foi você quem preferiu assim. Agora se debata. Ou então ria, ria muito, deve ser isso que vem fazendo a um bom tempo. Ninguém está olhando... ria.

Monday, August 21, 2006

Eu e o mistério aqui.


Eu nunca mais saio sem um lápis, não nessa vida, e você sabe porque! Têm dois dias que no meu corpo moram nós dois: Eu e esse mistério, e é impossível, eu juro, convivermos. Eu me proponho a continuar dividindo a mesma casa, mas o mistério reclama: Um de nós precisa sair. Saio eu -logo dizes- mas eu insisto que fique, fica aqui, deixa que eu vou, e o mistério, mesmo querendo estar sozinho reclama: Sem você aqui não faz sentido nenhum.(...) E então estamos convivendo, até decidirmos quem vai primeiro, mas a mim ele acrescenta demais, e eu tenho medo de não saber saber.