Monday, June 18, 2012

Home alone

Teríamos uma casa. Muito muito nossa, com alguns objetos japoneses, com algumas peças minimalistas e valiosas, com dragões. Teríamos na cozinha uma faca muito especial, talheres e pratos muito pesados, coloridos talvez. Teríamos no banheiro uma orquídea, assim como na árvore lá de fora, onde mora Carolina, sua orquídea mais antiga. Teríamos toalhas claras, como gostamos. Teríamos uma cama muito gostosa, com travesseiros os quais colocaria no meio das pernas pra dormir, travesseiros que roubariam os lugares onde eu poderia me encaixar em você. Teríamos um divã onde eu gostaria muito de colocar uma colcha de retalhos, pra cobrir os pés enquanto lia textos de amor a noite. E você estudava. Sempre vai ser estudante. Na área teria uma mesa pequena (e nós juraríamos toda vez que seus tios saíssem que compraríamos uma maior, com mais cadeiras e redonda), sobre a mesa alguns livros de fotografia, só pra enfeite. Na sala de televisão teríamos o conforto dos dias vagos. Sofá comprido. Muitíssimas almofadas. Tudo muito colorido com as cores e bonecas que eu trouxe da casa dos meus pais. E você, como o melhor homem do mundo, amaria cada coisinha que eu trouxesse de Pirenópolis, incluindo o abajur do canto e os tapetes muito rústicos. Teríamos ainda um quarto sobrando para quando nossos irmãos decidissem vir ( que viessem muito, muitas vezes, trazendo com eles suas particularidades que só aceitamos em um irmão). E teríamos amor. Amor demais. Em todos os cantos e objetos. Não teríamos uma área comum, já que você nunca gostou de pessoas invadindo a casa, mesmo quando a casa não era sua. Mas teríamos nosso ateliê, nosso lugar favorito. Onde você faria os desenhos mais lindos, onde tocaria as notas mais tristes a as anotaria num caderno que é sua cara, e o lugar onde escreveria os textos mais complexos de saúde, de bem estar. Nesse lugar também faria seus exercícios de luta. E mais amor.

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