Sunday, April 05, 2009

Radiohead Rio


Estava todo mundo esperando o show do radiohead, talvez a energia dessa espera foi que fez com que o show tivesse aquele estilo todo engenhoso pra agradar todos os públicos, mas calma, antes dele tiveram outros shows sobre os quais também vale comentar. Primeiro, cabe uma ressalva sobre a pontualidade do show, exatamente no horário marcado já dava pra se ouvir as primeiras notas das belas músicas dos Los Hermanos, que se juntaram somente para abrir a noite (no Rio e em São Paulo) infelizmente. Correndo pra não perder as primeiras músicas, contando com o comum atraso dos festivais, ainda perdi as 3 primeiras, mas ainda assim ouvi todas as outras, já que o show foi longo e deu pra matar a saudades dos fãs que por um lado ficam satisfeitos ao verem nascer parcerias tão lindas quando a que deu origem ao Little Joy ou mesmo o som solo de Marcelo Camelo, que também não deixa de ter seu valor apesar de ter deixado alguns fãs confusos pelo o afastamento do rock and roll; mas por outro lado o público fiel não deixa de lamentar e ansiar por uma possível volta do Hermanos. O show foi ótimo, o tom de descompromisso da banda gerou uma notável diversão que as vezes era entremeada por um clima de desconcerto por parte dos integrantes; a banda deixou rolar tudo muito natural, parecendo talvez alguns improvisos no meio das músicas, um solos mais longos do que de costume, por exemplo. A boa característica da banda, que é usar instrumentos que fogem ao clássico "bateria-baixo-guitarra" foi mantida, dando espaço a uns sons muito bem colocados e tocados por uma galera que sabia o que estava fazendo!

O festival seguiu com o show da famosa Kraftwerk, tocando vários hits como “Man Machine” e “Radioactivity , que revolucionaram a música eletrônica nos anos 80 com seus teclados e computadores. A apresentação visual ,que contava com um jogo de luzes bem invocado, além de uns robôs que se passaram pelos integrantes em uma das músicas, agradou bastante o público mesmo os que estavam ansiosos para o show do Radiohead.

Depois veio a grande atração da noite, que surpreendeu não só pelo set list que agradou desde os fãs mais antigos, aos mais atuais, desde os mais eufóricos aos mais melancólicos, mas também chamou a atenção porque além de agradarem em cheio aos ouvidos do público também agradou aos olhos, apresentando um belíssimo espetáculo visual, cheio de efeitos de luz. Um belo exemplo desta incrível sintonia visual e auditiva, pode ser visto a partir do “National anthem” onde o baixo nervoso e hipnotizante do Colin Greenwood foi acompanhado por um jogo de luzes que deixaria o Bono e seus comparsas cheios de inveja. A qualidade do som e visuais que acompanharam foi comovente, embelezando ainda mais alguns hits como "paranoid android", "karma police" e “Idioteque”, faixa eletrônica onde o Thom Yorke cheio de personalidade parecia possuído pelo capetinha do rock . Depois de serem chamados, mantendo a boa e velha tradição de retorno (voltaram 3 vezes), a banda só parou quando fez os fãs delirarem ao som de "creep", quando todos já haviam pensado que iriam dormir sem ouvir o hit. Na praça da apoteose tudo correu bem e a platéia foi muito pacífica, o que não quer dizer que não dava para sentir a empolgação elétrica gerada pelos britânicos. O quinteto certamente elevou a expectativa para futuras apresentações, além de ter recompensado bem os fãs que gastam seu precioso dinheirinho para curtir um som ao vivo e muitas vezes sai no prejuízo. A nós só resta dizer que queremos mais! O lugar do samba teve que esperar pra ouvir o bom e velho rock and roll (em alto e bom som!).


Déborah Dias e Leonardo Moretti


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