Wednesday, September 03, 2008

A insistência das flores.



Volta, sem dó nem piedade das almas, ela sempre vem com seu jeito ameçador que nos obriga a rir, e que incute em nós essa vontade mais constrangedora que é a de ser feliz, de acreditar que depois da secura vem a chuva e molha a terra, e disso vêm as flores com suas cores chatinhas de felicidade, que inspiram cartas de amor e auxiliam a memória para que guarde coisas singelas. Ela é quem tras as saudades mais úmidas e as lembrança mais distantes: Afinal, agora é outro tempo e aquela coisa tão sem molhado nem combina mais. Esse tempo começa agora nesse mês de setembro, é o mês que as cachoeiras deixam de estar tão geladas, é o tempo que os bichos do mato saem de suas tocas, que os amores novos recomeçam, os antigos tomam fôlego. É a primavera que não cansa do vai-e-vem, e vem sempre com roupas frescas e novas. È o tempo em que eu nasci.